Queda do FPM deixa Ceará-Mirim com 'saldo zero'
O repasse da primeira cota do Fundo de Participação teve uma queda da
acentuada que desequilibrou as finanças das prefeituras do Rio Grande do
Norte e comprometeu o pagamento de salários do funcionalismo.
Levantamento feito ontem pela TRIBUNA DO NORTE no site do Banco do
Brasil mostra que 71 municípios tiveram "saldo zero", em suas contas,
isto é, o dinheiro depositado só foi suficiente - e em alguns casos nem
isso - para pagamento das contribuições previdenciárias, Fundeb, Fundo
Municipal de Saúde e Pasep. É com a primeira parcela do FPM que 90% das
prefeituras do Rio Grande do Norte pagam os salários dos servidores.
De
acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, o repasse total foi
de R$ 2 bilhões, um dos menores dos últimos anos. Para julho, o Tesouro
Nacional prevê queda nos repasses do FPM de 13% (em relação ao mês
anterior). Ontem, o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, fez um
alerta aos prefeitos e pediu "cautela" aos gestores nos meses de julho,
setembro e outubro. "Dado o comportamento sazonal do FPM, estes são
historicamente os meses de menores repasses", disse Ziulkosky.
Também
ontem, o ex-presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do
Norte, Benes Leocádio, ao comentar a queda nos repasses, alertou para as
dificuldades que viriam nos últimos meses de mandato dos atuais
prefeitos. "A situação é preocupante", disse ele.
Entre os 71
municípios com "saldo zero' a maioria tem menos de 15 mil habitantes,
mas a lista inclui muitos de porte médio, como Santa Cruz, Nova Cruz,
Pau dos Ferros, João Câmara, Ceará-Mirim, e de grande porte: Mossoró e
Parnamirim.
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